08/09/2025
O ataque à C&M Software,
empresa que atua como elo entre instituições financeiras e o sistema Pix,
acendeu um alerta importante ao expor a fragilidade das defesas digitais em
ambientes monetariamente críticos. Relatórios recentes sugerem que o acesso
inicial pode ter sido obtido por meio de engenharia social combinada à atuação
de um agente interno, o que amplia a discussão sobre vulnerabilidades na cadeia
de fornecedores e a necessidade de atenção à ameaça representada por terceiros.
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Ainda que surpreenda, não
deveria. Episódios como esse reforçam a urgência de investir em soluções
robustas, como antivírus com análise comportamental e SOCs (centros
especializados que utilizam processos inteligentes para identificar ameaças em
tempo real), com mecanismos de resposta imediata. Ainda assim, muitas violações
decorrem de descuidos simples com senhas fracas, ausência de múltiplos fatores
de verificação, permissões mal configuradas e, sobretudo, baixa preparação de
times internos e prestadores de serviço.
De acordo com o Verizon Data
Breach Investigations Report 2025, o volume de invasões explorando erros
técnicos cresceu 34% no mundo no primeiro semestre deste ano, se comparado ao
mesmo período de 2024. Essas brechas possibilitaram 20% dos acessos irregulares.
No Brasil, o sinal de alerta igualmente se acende: o Banco Central reportou 12
vazamentos de chaves Pix em 2024, evidenciando a sofisticação e a velocidade
com que as ameaças têm evoluído.
Esse panorama traz à tona que as
organizações priorizam soluções avançadas. Por outro lado, subestimam
incidentes como falhas nos controles de parceiros, desenvolvedores e
integradores. Em muitas ocasiões, como parece ter sido o caso da C&M, o elo
frágil não está na estrutura principal, mas na confiança excessiva concedida a
fornecedores sem critérios rigorosos de auditoria, compliance ou políticas de
proteção adequadas.
Mais do que uma responsabilidade
técnica, a salvaguarda digital precisa ser incorporada à rotina de todos os
envolvidos. Desde a identificação de comportamentos suspeitos até a adoção de
boas práticas no uso de sistemas, todos os colaboradores exercem um papel
fundamental na prevenção de riscos. O elemento humano, frequentemente
subestimado, continua sendo o componente mais suscetível e, ao mesmo
tempo, mais estratégico.
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É natural que muitas companhias
priorizem soluções automatizadas em vez de enfrentar o desafio contínuo de
formar equipes conscientes, revisar processos operacionais, estabelecer limites
de acesso e monitorar sinais de anomalias. No entanto, esse esforço precisa
abranger os prestadores inseridos na malha operacional da organização.
A ocorrência envolvendo a C&M
ganhou visibilidade por sua relevância no sistema bancário. Contudo, eventos do
tipo acontecem com frequência em setores diversos. E seguirão se repetindo
enquanto a proteção for tratada como uma tarefa pontual e sem integração com o
modelo de governança e as decisões de negócio.
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Não se trata mais de buscar
inovações milagrosas, mas de aplicar o essencial com disciplina. Treinamentos
regulares, mentalidade preventiva, revisão constante de permissões, supervisão
rigorosa de terceiros e uma arquitetura baseada em princípios de confiança
mínima deixaram de ser recomendações e se tornaram pré-requisitos para garantir
a continuidade em um mundo cada vez mais digitalizado.
A tecnologia evolui. Os métodos
de ataque também. Todavia, os descuidos persistem – e esse padrão já não pode
mais ser ignorado.
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Armindo Sgorlon
Por Armindo Sgorlon
CEO da SGA TI
Armindo Sgorlon é CEO da SGA TI
em Nuvem e possui uma sólida trajetória no setor de tecnologia e inovação,
iniciada aos 23 anos, quando deu início à sua atuação como empreendedor. É
graduado em ciência da computação com MBA em Gestão Estratégica pela Universidade
de São Paulo (USP) e especialização em Liderança na Inovação pelo MIT Sloan
School of Management. Foi reconhecido pela Gazeta do Povo como um dos 18
empreendedores para se acompanhar em 2022.
armindo.sgorlon@autor.www.moneytimes.com.br
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